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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A desumanidade escatológica

 A desumanidade escatológica

Não se iluda. Tempos de polimento digital não significam tempos de coração macio. À medida que a história se aproxima do seu clímax, a desumanidade troca de roupa, mas não muda de natureza.

Gente que transforma pessoas em números, dor em conteúdo, pobreza em cenário; amantes do próprio reflexo, obcecados por ganhos, vorazes por aplauso; duros com os fracos e dóceis com os fortes; sem palavra, sem afeto, sem freio; capazes de vender a consciência por cliques; que riem do sagrado, tratam o outro como objeto e chamam isso de “liberdade”. Chamam de networking a exploração, de esperteza a fraude, de autenticidade a grosseria, de progresso a indiferença ao próximo. O resultado? Relações utilitárias, corpos sem rosto, almas sem endereço.

E a religião? Vira show. Luzes quentes no palco, corações frios nos bastidores. Gente que diz “paz” com a boca e espalha medo com as práticas; que cita versículos como senha, mas negocia princípios como mercadoria.

É assim que a desumanidade entra: não mais pela porta da sala, mas pelo feed do celular, no silêncio da madrugada, seduzindo mentes cansadas e corações carentes. Promete cura rápida, pertencimento barato, “verdades” prontas — e escraviza. Persegue especialmente os vulneráveis: quem atravessa luto, culpa, solidão, dívidas. Explora de novo, e de novo, e de novo — e nunca ensina a discernir.

Não é novidade. Ontem tinha mágicos no palácio; hoje tem gurus no algoritmo. Ontem enganavam com truques; hoje com métricas. Os nomes mudam, o espírito é o mesmo: oposição à verdade e desprezo pela imagem de Deus no outro

O que fazer? Fique longe do sistema que desumaniza — e fique perto de Jesus que humaniza.

Pratique um contra-ritmo:

  • Discernir: avalie fontes, motives, frutos.
  • Desligar: imponha jejum de tela e de aplausos.
  • Desmascarar: chame de pecado o que desfigura o próximo.
  • Defender: proteja vulneráveis com presença, não só com “posts”.
  • Doar: converta consumo em cuidado concreto.
  • Dialogar: trate divergentes como pessoas, não perfis.
  • Depender: oração diária, Palavra aberta, comunidade real.

Sinais de humanidade restaurada não são likes, são frutos: mansidão em tempos de fúria, fidelidade em tempos de troca, generosidade em tempos de escassez, coragem em tempos de cinismo.

E a justiça? A desumanidade é barulhenta, mas não é eterna. O Deus que vê em secreto expõe o que se fabrica em segredo. O que hoje parece invencível será desmascarado. Até lá, não negocie sua alma.

Chamada final: recuse o espetáculo, abrace o Evangelho. Onde todos veem utilidade, veja dignidade. Onde todos querem audiência, busque obediência. Onde todos querem ser deuses, lembre-se: já temos um — e Ele se fez homem para nos devolver humanidade.


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