O Novo Homem, o Homem novo, o Homem de sempre!
O homem novo é o homem moderno: culto, polido, ilustrado, tecnológico,
versátil, polivalente, inteligente, mas apesar de tudo, continua sendo o homem;
o mesmo homem de sempre: caído, decaído, limitado, efêmero, falível, sofredor,
mortal, pecador.
Desta forma, mesmo que o homem moderno tenha alcançado níveis
extraordinários de desenvolvimento, sua realidade espiritual permanece
inalterada. Tal como Jesus denunciou no seu santo evangelho: “Ninguém deita
remendo de pano novo, em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste e
faz-se maior a rotura” (Mt 9:16). A palavra grega usada por Jesus para remendo
foi “Agnaphos”, indicando um tipo de
tecido inacabado, de algodão e fibras ainda desalinhadas. A Nova Aliança era o
tecido inacabado, porque Jesus ainda seria morto e ressuscitaria para cumprir
definitivamente o plano salvífico. Ou seja, a proposta que Jesus apresenta nada
tem a ver com o velho e desgastado tecido religioso, forjado na bigorna da
religiosidade estéril dos fariseus. A proposta de Jesus era o verbo encarnado,
Deus humanizado, contrária à dos fariseus, que eram homens divinizados. Seria
impossível seguir Jesus e continuar servindo ao antigo sistema de obras e tradições.
Jesus fez esta denuncia porque
havia se deparado com fariseus e escribas criticando seu modo de viver: “ Por
que come vosso mestre com os publicanos e pecadores? (Mt 9:11). A preocupação
dos fariseus não era com o que Jesus representava, mas com o que ele aparentava.
Os fariseus estavam preocupados com o velho sistema de tradições imposto pelas
ingerências de uma religião legalista e cristalizadas.
O tecido novo que Jesus propõe é Ele mesmo, a Nova Aliança da graça. E a
roupa velha, era a lei com todo o sistema religioso que dominava os fariseus,
escribas e religiosos da época que não compreendiam os requisitos para o Novo
Reino: arrependimento, perdão, novo nascimento.
Isso posto, afirmo, sem titubeio, que homem moderno é o homem de sempre.
O velho homem, de vestes velhas: É vaidoso, ignorante, duro de coração,
separado de Deus, enganado quanto a si mesmo, voltado para imoralidade e sem
sentimento.
Desta forma, percebemos que a
crise dos fariseus é a crise do homem moderno, preocupa-se mais com aparência
do que com sua carência; mais com o
exterior do que com o interior; mais com sua beleza do que com sua natureza. Segue,
de tal modo, sem entender que remendos são soluções provisórias para problemas
permanentes.
Estabelecendo comparações entre antiga e nova aliança, veste velha e
remendo novo, Jesus denunciou a triste realidade humana e apontou uma
maravilhosa solução: um futuro em que os corações dos homens seriam comparados
a vestes novas, brancas, completas, sem remendos. Uma transformação possível
através da fé e não de tradições. Do amor, e não da religião. Da graça que se
cumpre com a ação do Espírito santo em nós, pecadores como Saulo, um homem
novo, que se fez Paulo, um Novo Homem.
O Homem moderno, apesar de tudo, permanece com sua velha natureza,
acostumado com o pecado, já não liga mais para o que Deus pensa sobre ele.
Permanece perdido, cercado de objetos facilitadores da vida que surgem como remendos
de muitas cores e tamanhos: “idas aos templos, vida religiosa rigorosa,
evangelho vivido de forma emocional, superficial, mas nada de transformação, de
rasgar as antigas vestes e vestir as novas para ser revestido do Novo de Deus”.
Que os homens modernos, homens novos, sejam transformado em Novos Homens
nascidos da água e do espírito (Jo 3.5).
E que Deus tenha misericórdia de nós, de todos nós.
Pr Jesiel Cruz
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