“Fundamentos Bibliológicos
para
uma Prática Docente Inovadora”
Introdução
Não há como ser Professor da Escola Bíblica Dominical e
não conhecer o seu livro texto, a Bíblia sagrada, mas o que é a Bíblia?
A Bíblia é um livro singular. Trata-se de um dos livros
mais antigos do mundo e, no entanto, ainda é o best-seller mundial por
excelência. É produto do mundo oriental antigo; moldou, porém, o mundo
ocidental moderno.
Tiranos houve que já queimaram a Bíblia, e os crentes
a reverenciam. É o livro mais traduzido, mais citado, mais publicado e
que mais influência tem exercido em toda a história da humanidade.
Afinal, que é que constitui esse caráter inusitado da
Bíblia? Como foi que ela se originou? Quando e como assumiu sua forma
atual? Que significa "inspiração" da Bíblia? São essas as
perguntas para as quais se voltará o nosso interesse nesta palestra.
Os nomes da Bíblia.
A Bíblia é comparada ou associada aos termos abaixo
descritos.
Ø “Lei, Profetas e Salmos” (Lc
24.44; 22.40);
Ø Escritura (2Tm 3.16; 2Pe 3.16);
Ø Sagradas Letras (2Tm 3.15);
Ø Palavra de Deus (Mt 4.4);
Ø Sã Doutrina (Tt 1.9; 2.1);
Ø Tradições (2Ts 2.15);
Ø Palavra fiel (Tt 1.9);
Ø Verdade (Ef 4.15);
As línguas originais.
As línguas
maternas são:
Hebraico – o Hebraico Antigo
(arcaico) foi a língua da maior parte do Antigo Testamento.
Grego – o Grego Koinê (comum) foi
a língua de todo o Novo Testamento.
Aramaico – algumas partes do
Antigo Testamento e Novo foram escritos em Aramaico. Ed 4.8; 6.18; 7.12-26; Dn
2.4; 7.28; Jr 10.11; Mt 27,46; Mc 5.40-42.
Os materiais
A Bíblia foi escrita em diversos tipos de materiais tais
como:
Ø Folhas para escrever usavam-se o couro de animais: PERGAMINHO; folhas de plantas: PAPIRO; talhas: de PEDRA; blocos: de MADEIRA etc.
Ø Para escrita usava-se CANA COM PONTA e PENA etc.
Ø Com tinta: FULÍGEM e outras substâncias extraídas das plantas etc.
Ø Folhas para escrever usavam-se o couro de animais: PERGAMINHO; folhas de plantas: PAPIRO; talhas: de PEDRA; blocos: de MADEIRA etc.
Ø Para escrita usava-se CANA COM PONTA e PENA etc.
Ø Com tinta: FULÍGEM e outras substâncias extraídas das plantas etc.
Obs. a Bíblia era enrolada, costurada e escrita a mão
(por isso era chamada de manuscrito), só a partir do século XV d.C. após a
invenção da imprensa (prensa de propulsão humana), é que a Bíblia passou a ser
impressa.
Autorias.
É importante saber que Deus é o autor da Bíblia, mas ele
fez isso a várias mãos. De modo, que os instrumentos humanos inspirados por
Deus são diversos. A tradição judaica e cristã fala de cerca de 40 homens.
Períodos.
O processo de formação da Escritura durou, em média,
1600 anos.
Antigo Testamento: conforme à tradição judaica, o nosso
Antigo Testamento foi escrito entre: 1500 a.C. e 536 a.C. O primeiro autor foi
Moisés e o último foi Esdras. Alguns estudiosos afirmam que foi Esdras quem
organizou os textos do Antigo Testamento o que facilitou a primeira tradução da
Bíblia, a LXX[1] .
Novo Testamento: conforme à tradição cristã o nosso Novo
Testamento foi escrito entre: 45 d.C.
e 90 d.C. O primeiro autor foi
Paulo (há controvérsias) e o último foi João. Foram os Pais (líderes da igreja
antiga) que promoveram a organização dos livros do Novo Testamento como veremos
a seguir.
Destinatários.
O Antigo Testamento ou TNK[2] para os judeus é um livro direcionado aos filhos de
Jacó (Israel). O Novo Testamento não é só um Livro para as igrejas, mas
universal (Mc 16.15). Em síntese os endereçados são:
Ø Israel (a maior parte do Antigo
Testamento).
Ø Igreja (a maior parte do Antigo
Testamento).
Ø Pessoas (por exemplo: a Teófilo,
Timóteo, Filemom etc.).
Ø Nações (por exemplo: profecias a
Nínive, Babilônia, Edom etc.).
A formação do cânon bíblico
A palavra cânon deriva do grego kanon “cana, régua”, que
por sua vez, deriva do hebraico KaNeH que significa “vara ou cana de medir” (Ez
40.3). Além de uma medida, passou a significar: um padrão ou norma. Tal como o
apóstolo Paulo usa o termo (κανων), no sentido de ―regra ou ―norma, como se
pode ler em Gálatas 6.16:
• ARA: ―E, a todos quantos andarem de conformidade com
esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.
• ARC: ―E, a todos quantos andarem conforme esta regra,
paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus.
• NTLH: ―E, para todos que seguem essa regra na sua
vida, que a paz e a misericórdia estejam com eles e com todo o povo de Deus.
Portanto, para a Igreja tinha um sentido figurado
referindo-se a regra de conduta (Fp 3.16). Só depois passou a significar a
coleção de escritos inspirados por Deus.
A canonização. É o processo de escolha dos livros
considerados inspirados por Deus. Um dos grandes problemas enfrentados pelos
pais da Igreja do II século d.C. foi decidir o que determinaria a canonização
da Bíblia. Quais critérios deveriam ser levados em conta. Inicialmente eles
chegaram a alguns conceitos deficientes que são:
Ø Seria a Idade do livro que
determinaria sua canonicidade.
Ø Seria a Língua hebraica o
critério de canonização.
Ø Seria a concordância do texto com
a Torá.
Ø Ou o valor religioso.
Só depois concluíram que o critério para a canonização
era a Inspiração Divina dos textos. Pois os livros não eram sagrados por
haverem descobertos neles algum valor; eram valiosos porque provieram de Deus –
fonte de todo bem. Por isso, precisamos saber o que vem a ser inspiração.
Inspiração das Escrituras.
De forma breve, inspiração é um mistério. Em suma, é o
ato de Deus ter “soprado” (teopnenmatos) sobre os escritores bíblicos sua
revelação. Embora a individualidade do escritor fosse mantida (sua
personalidade, estilo, forma etc.), foram ao mesmo tempo movidos e guiados pelo
Espírito Santo para escreverem os oráculos (verdades) de Deus. De modo que o
que eles escreveram era de fato Palavra de Deus. Muito embora a Escritura sendo
um produto Divino-humano o seu verdadeiro autor é Deus. (2Tm 3.16; 2Pe 3. 15).
Argumentação em favor da inspiração:
Ø O testemunho de Jesus
Ø O testemunho dos apóstolos
Ø Sua unidade
Ø Sua inesgotabilidade
Ø Sua perpetuidade
Ø Sua exatidão
Ø Seu maravilhoso efeito
Ø Sua relação com o próprio Deus
O Cânon do Antigo Testamento.
Não se sabe ao certo quando os textos do Antigo
Testamento foram compilados (reunidos). Sabemos, todavia, que isso ocorreu
antes de Cristo. Há duas correntes: Alguns rabinos[3] atribuem ao Rabino Esdras tal feito, isso ocorreu por
volta do IV séculos a.C. Outros estudiosos conferem o feito aos escribas que
fizeram a primeira tradução do Antigo Testamento para o grego, por volta do II
século a.C. No entanto, o fato é: as Escrituras veterotestamentária já eram
conhecidas, compiladas e usadas nos tempos de Cristo e dos Apóstolos. Pois:
Ø
Jesus endossou o Antigo
Testamento como Escritura Divina (Jo 17.17; 10.35)
Ø
Jesus leu um de seus livros -
Isaías (Lc 4.17)
Ø
Jesus citou suas divisões (Lc
24.27)
Ø
Os apóstolos também citaram o
Antigo Testamento e endossaram como
Escritura inspirada por Deus (2Tm 3.16).
Obs. Os apócrifos eram lidos e respeitados pela antiga
comunidade judaica. Porém Jesus não citou nenhum deles como literatura
inspirada por Deus. Alguns apóstolos e discípulos de Jesus citaram, por
exemplo, (Jd 14). Paulo citou poetas gregos em sua pregação em Atenas (At 17).
A Canonização do Antigo Testamento.
Alguns estudiosos afirmam que a verdadeira canonização
do Antigo Testamento não ocorreu antes de Cristo, muito embora, a Escritura já
tivesse sido compilada nos dias anteriores ao Messias, Segundo eles, a
canonização de fato ocorreu depois de sua morte e ressurreição no Concílio de
Jamnia, por volta do ano 90. Os critérios foram:
Ø Autoridade Divina - “assim disse
o Senhor”.
Ø Historicidade - a cronologia dos
fatos.
Ø Autoria profética - Moisés, Davi,
Salomão, Esdras etc..
Ø Período - só os Escritos até
Esdras nos IV século a.C (Jamnia 90 d.C.).
Ø Língua - só os Escritos em
hebraico arcaico (antigo).
Ø Aceitação - conhecidos pela
comunidade judaica.
Ø Confiabilidade - verdadeiro
naquilo que se referia a Deus e a sua criação.
Cânon do Novo Testamento.
As expressões Antigo Testamento e Novo Testamento
(aliança, pacto, acordo), Já existiam desde o II século d.C. Para os Judeus não
existe “antigo pacto”, pois eles ainda aguardam o mediador do “novo pacto”,
conforme profetizou (Jr 31.31). No entanto, para a Igreja, Jesus é o mediado do
Novo Pacto, que já está estabelecido para sempre no seu sangue (Hb 8.6-13).
A CANONIZAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO.
Os livros que compõe o Novo Testamento foram compilados
pelos Bispos da Igreja no Concílio de Cartago, em 397 d.C. Foi reafirmada nos
demais. Os critérios adotados pelos Bispos foram:
Ø Apostolicidade - deveriam ter
sido escritos por um apóstolo.
Ø Endossamento apostólico -
assinado por algum apóstolo.
Ø Cristocêntrico - alinhado com a
doutrina apostólica.
Ø Progressão - o Novo Testamento é
uma continuação do Velho Testamento.
Ø Confiabilidade - verdadeiros nos
seus ensinos sobre Deus, sua criação etc..
Ø Dinâmico - deveria possui poder
para transformar vidas.
Ø Período - escritos até I século
d.C..
Ø Aceitação - pela comunidade
cristã.
A estrutura da Bíblia
A palavra Bíblia (Livro) entrou para as línguas modernas
por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim Bíblia, com origem
no grego biblos (biblos.).
Originariamente era o nome que se dava à casca de
um papiro do século qual a.C. Por
volta do século II d.C, os cristãos usavam a palavra para designar seus escritos
sagrados. Dependendo da tradição cristã (protestante ou católica) ela apresenta
diferença. A Protestante tem 66 livros e a Bíblia Católica 73 livros.
Obs.: Os capítulos (1.189) foram
colocados por Stefhen Langton, catedrático francês e Bispo da Cantuária, em
1227 d.C. Os versículos (31.104) foram colocados pelo Impressor parisiense
Robert Stephanus em 1551 d.C. O trabalho facilitou tanto a leitura quanto os
estudos das Escrituras.
A Bíblia compõe-se de duas partes principais: o Antigo
Testamento, com 39 livros (na Católica 46 livros, sete a mais. São eles:
Judite, Tobias, 1 e 2 Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc) e o Novo
Testamento, tanto na Católica como na Protestante, com 27 livros. O Antigo
Testamento foi escrito pela comunidade judaica, e por ela preservado um
milênio ou mais antes da era de Jesus. O Novo Testamento foi composto pelos
discípulos de Cristo ao longo do século I d.C.
A palavra testamento, que seria mais bem traduzida por
"aliança", é tradução de palavras hebraicas e gregas que
significam "pacto" ou "acordo" celebrado entre duas
partes ("aliança"). Portanto, no caso da Bíblia, temos o
contrato antigo, celebrado entre Deus e seu povo, os judeus, e o
pacto novo, celebrado entre Deus e os cristãos.
Estudiosos cristãos frisaram a unidade existente entre esses dois testamentos da Bíblia sob o aspecto da Pessoa de Jesus Cristo, que declarou ser o tema unificador da Bíblia.
Agostinho dizia que o Novo Testamento acha-se
velado no Antigo Testamento, e o Antigo, revelado no Novo. Outros autores
disseram o mesmo em outras palavras: "O Novo Testamento está no
Antigo Testamento ocultado, e o Antigo, no Novo revelado". Assim,
Cristo se esconde no Antigo Testamento e é desvendado no Novo. Os crentes
anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa, ao passo que os
crentes de nossos dias veem em Cristo
a concretização dos planos de Deus.
As seções da Bíblia protestante.
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
|
||
A lei (Pentateuco) – 5 livros
|
Poéticos – 5 livros
|
|
1. Gênesis
2. Êxodo 3. Levítico 4. Números 5. Deuteronômio |
1. Jó
2. Salmos 3. Provérbios 4. Eclesiastes 5. O Cântico dos Cânticos |
|
Históricos– 12 livros
|
Proféticos– 17 livros
|
|
1. Josué
2. Juízes 3. Rute 4. 1Samuel 5. 2Samuel 6. 1Reis 7. 2Reis 8. 1Crônicas 9. 2Crônicas 10. Esdras 11. Neemias 12. Ester |
A. Maiores
1. Isaías 2. Jeremias 3. Lamentações 4. Ezequiel 5. Daniel
B. Menores
1. Oséias 2. Joel 3. Amós 4. Obadias 5. Jonas 6. Miquéias 7. Naum 8. Habacuque 9. Sofonias 10. Ageu 11. Zacarias 12. Malaquias |
|
LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
|
||
Biográficos (Evangelhos)
|
História
|
|
1. Mateus
2. Marcos 3. Lucas 4. João |
1.
Atos dos Apóstolos
|
|
Epístolas ou Didáticos
|
||
1. Romanos
2. 1Coríntios 3. 2Coríntios 4. Gálatas 5. Efésios 6. Filipenses 7. Colossenses 8. 1Tessalonicenses 9. 2Tessalonicenses 10. 1Timóteo 11. 2Timóteo |
12. Tito
13. Filemom 14. Hebreus 15. Tiago 16. 1Pedro 17. 2Pedro 18. 1João 19. 2João 20. 3João 21. Judas |
|
Profético ou revelação
|
1. Apocalipse
|
As Traduções Bíblicas.
Entraremos agora num terreno difícil, pelo menos para
mim. Apresentaremos a seguir as tradições principais e a mais conhecida dos
cristãos brasileiros.
Inicialmente ressalto que os rabinos afirmam
categoricamente que traduzir a Bíblia é tarefa de muita responsabilidade e
complexidade. Leia o que afirma o “Rebe de Lubavitch” sobre a Bíblia: “A Torá
ou Bíblia tem sua própria terminologia complexa e um único conjunto de
regras e linhas mestras pelas quais se pode interpretá-la. Uma tradução direta
pode facilmente levar a uma distorção, mau entendimento, e até a negação da
unidade de Deus”.
AUTÓGRAFOS
São os textos originais e inspirados. Esses não
existem mais, somente cópias. Alguns textos originais do primeiro século foram
encontrados por volta de 1947, em Qunram. (como é o caso de Isaías – escrito em
Hebraico), mas os manuscritos, não foram considerados inspirados pela Igreja.
CÓPIAS.
Os mais antigos
manuscritos datam do II século antes de Cristo. Os mais usados são: o Códice[4] Sinaítico (IV d.C.) e Alexandrino (V d.C.). Tais cópias
foram preservadas pela Igreja e garantem a fidelidade das Escrituras. Deus
prometeu que a sua palavra jamais seria destruída (Is 40.8; Mt 5.18; Mt 24.35).
A SEPTUAGINTA OU VERSÃO DOS LXX- BÍBLIA GREGA.
No século III a.
C. uma importante colônia judaica vivia no Egito, especificamente em
Alexandria, onde se falava comumente a língua grega. Havia uma
necessidade premente de que o povo judeu possuísse a Bíblia em grego, além da
importância que representava para a biblioteca de Alexandria que ainda não
possuía a Bíblia nessa língua.
No reinado do rei egípcio, Ptolomeu Filadelfo II
(285-247 a. C.), a pedido de Demétrio Falário, o bibliotecário do rei, o
Sumo Sacerdote Eleazar, conforme a carta apócrifa de Aristéias, enviou de
Jerusalém setenta e dois sábios, seis representantes para cada uma das doze
tribos de Israel, a fim de realizarem a tradução da Bíblia hebraica para o
grego. Aristéias foi um estudioso judeu que morava em Alexandria na
segunda metade do século II antes de Cristo e quis passar por gentio e
valido na corte de Ptolomeu Filadelfo. Conta ainda Aristéias que a tradução foi
completada em 72 dias.
A tradução para o grego recebeu o nome de Septuaginta e
passou a fazer parte da biblioteca do rei Ptolomeu Filadelfo em Alexandria.
O Talmude comenta que “o dia da tradução foi tão
doloroso quanto o dia em que o bezerro de Ouro foi construído, pois a
Torá não poderia ser acuradamente traduzida”. Alguns rabinos disseram que “as
trevas cobriram a terra por três dias” quando a LXX ( Setenta ou
Septuaginta) foi escrita.
Segundo a versão talmúdica da história, enquanto
traduzia, cada sábio era confinado em celas separadas, na ilha de Faros, e cada
um completou a tradução inteira em 72 dias, produzindo assim traduções
totalmente independentes. No entanto, seus corações estavam plenos de sabedoria
divina, e eles criaram versões idênticas. Todos fizeram as mesmas mudanças em
suas traduções, para que o rei não alimentasse qualquer dúvida que talvez
existisse se as traduções do hebraico fossem literais.
A designação de “versão da LXX” referia-se, no início,
somente à tradução do Pentateuco. Os demais livros foram traduzidos mais tarde,
até meados ou, no máximo, final do século II a. C.!
A VULGATA DE SÃO JERÔNIMO.
A Vulgata é a tradução da Bíblia, do grego
para o latim, que foi realizada por São Jerônimo a pedido do Papa Dâmaso, no
século IV d.C.
A Septuaginta só contém os livros da Primeira Aliança
(Velho Testamento). O Novo Testamento em grego não é acoplado à Septuaginta, só
existindo em separado. Assim, quem quiser possuir a Bíblia completa, em
grego, tem que possuir a Septuaginta e o Novo Testamento em grego. São Jerônimo
fez exatamente isto, traduziu e uniu o Velho e o Novo Testamento numa só
obra, do grego para o latim, surgindo, dessa maneira, a conhecida Vulgata (a
divulgada, vulgar, comum).
A TRADUÇÃO DE JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA.
João Ferreira de Almeida, que foi um Pastor protestante
nascido em Torre de Tavares, Portugal. Aprendeu o hebraico e o grego, e assim
usou os manuscritos dessas línguas como base de sua tradução, ao contrário de
outros tradutores que fizeram suas traduções a partir da Vulgata Latina de São
Jerônimo.
Almeida baseou-se no Textus Receptus feito por Erasmo,
em 1516 (considerado um texto inferior), pois ele representa o Texto Bizantino,
o mais fraco e mais recente entre os manuscritos gregos. Ressalto aos caros
estudantes, que na época de Almeida não existia nenhum papiro, razão pela qual
ele lançou mão de fontes inferiores.
Almeida só conseguiu a sua tradução e publicação
completa da Bíblia no século XVIII. Apesar do texto inferior por ele usado, bem
como dos muitos erros e das edições e correções – ARC (1858), ARA (1959), AF
(1994), AR (2011), essa é a tradução que tem sido mais bem aceita pelos nossos
irmãos protestantes de língua portuguesa.
AS DEMAIS TRADUÇÕES.
Caríssimos estudantes estimulo-vos a continuarem a
pesquisa das demais traduções. Para isso, deixo algumas sugestões:
Ø
Os Comentários Judeus Antigos:
Ø O Talmuld (Midrash e Gemara) (II
– IV d.C.).
Ø Os Targuns aramaicos (III a.C.).
Ø A Mishiná (I-II d.C.) etc.
As Traduções Antigas e Modernas:
Ø Inglesas: B. Wicliffe (1382);
Genebra (1560); King James (1611).
Ø Portuguesas: Ave Maria (1959);
BLH (1973) etc.
Ø Francesa – Bíblia de Jerusalém (1986).
Ø Espanhola – Reina Valera (1569).
Ø Latinas: Nova Vultaga (1979).
Ø Siríaca – Peshita (II-IX d.C).
Obs. Não confundam Bíblia de Estudos com Traduções, pois
são coisas diferentes.
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