Crescimento é uma necessidade natural da vida. Quem não cresce está doente, afinal de contas, o ciclo natural da vida é nascimento, crescimento e envelhecimento. O envelhecimento é a parte mais angustiante do ciclo, por isso não estou compressa de envelhecer; sei que na terceira idade meu corpo não só perderá a impetuosidade da juventude, como me tornará mais vulnerável as doenças comuns à senectude. É... não quero envelhecer, se pudesse nunca envelheceria! Todavia, quero crescer, preciso crescer, tal como as crianças. Na verdade, sob a ótica cristã, para crescer, devemos nos fazer como crianças (Mt 18.3)
Tudo o que não cresce, decresce e arrisca-se a desaparecer. Este certamente é um princípio básico da vida. Por isso o autor sacro, escreve “Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de desaparecer.” (Hb 8.13). A velhice é deformante e capaz de tornar o ser humano, em um ser ambíguo, decrépito, confuso e contraditório.
Assim, nossa prioridade deve ser crescimento, já! Não há meio termo, ninguém fica de fora desta realidade. Se deixar de investir numa relação, ela não se aguenta; se não dou continuidade à minha formação, deformo-me inevitavelmente, se não busco o progresso, entro em retrocesso. A vida é mesmo assim!
O crescimento é uma fase importantíssima na existência de qualquer ser humano, por isso a palavra "crescer" é usada por diversas pessoas em vários contextos: “crescer financeiramente”, “crescer no relacionamento”, “crescer na carreira”, “crescer no conhecimento”, “crescer na graça” e etc.
Entretanto, crescer não é envelhecer, são fases distintas. Crescer é desenvolver! Por isso no vocabulário de Deus não existe a palavra “velho” ou “velhice”. Deus não criou o ser humano velho, caquético; muito menos para envelhecer. Deus o criou cheio de vida e vigor, pronto para crescer. Teologicamente a velhice é decorrente da queda, é uma consequência do pecado, pois velhice é sinônimo de cansaço, fadiga e por extensão morte. “Porque o salário do pecado é a morte...”(Rm 6.23), deste modo o nosso homem interior deve ser renovado a cada manhã. A visão cristã de mundo parte do principio de que a vida é nova todos os dias e o dia todo. Como muito bem destaca o apóstolo Paulo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5.17)
O crescimento não se concretiza pela simples cronologia do tempo, mas na sequência de nossas ações. Cada gesto, palavra ou atitude que plantamos, gera consequências que colheremos como crescimento ou envelhecimento. O crescimento é o que desabrocha, aflora, que produz, se reproduz, evolui, transforma, inova. O crescimento é sinônimo de vida, de força, de seiva e de vitalidade. O envelhecimento, ao contrário, representa à letargia, o anacronismo, a lerdeza, a fadiga, o tédio, a solidão, a involução.
O envelhecimento, não exige esforço, é um ato natural, ele virá como destinação fatal. O crescimento, ao contrário, exige empenho, esforço, dedicação. O crescimento na vida cristã é espiritual requer a participação do crente, (2Pe 1.5). Desta forma, o crescimento requer engajamento político, ação evangelizadora, comunhão, solidariedade e empenho missionário. Então, sem esperar datas, meses ou anos, construamos o tempo do renovo. Certamente ele virá como fruto de nossa sintonia com os propósitos de Deus na história e dos atos de homens e mulheres que decidiram crescer para nunca envelhecer.
Desta forma, vale relembrar a pronuncia do profeta messiânico a nosso respeito: “os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” (Is. 40.31) E com base nesta linda profecia podemos declarar: Crescimento, sim! Envelhecimento, não!
Pr Jesiel Cruz
Teólogo e Educador
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