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"A Teologia deve aproximar os homens de Deus , se a sua teologia te distanciar reveja seus fundamentos"

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Liderança Educativa para um Mundo em Transformação

“Liderança educativa para um mundo em transformação.”
Considerações iniciais: Desafios a Liderança Eclesiástica.
Em se tratando de liderança Eclesiástica, temos ouvido ultimamente de várias pessoas que devemos repensar nossa liderança, pior: temos ouvido que o problema da Igreja Evangélica Brasileira está na Liderança, por isso, é tão difícil encontrarmos e edificarmos Igrejas-comunidade saudáveis. Portanto, se esta proposição é verdadeira não podemos deixar de questionar o porquê disso. Se devemos repensar nossa liderança, é admissível concordar que:
  • Existem problemas em nossa liderança atual.
  • Existem faltas e falhas de identificação entre a liderança do Cristo da Igreja e a nossa.
  • Existem problemas com a nossa práxis liderativa.
O modelo do Cristo da Igreja, sobretudo a política de relacionamentos entre Cristo e os seus liderados é um ponto crítico e, até mesmo crucial para repensarmos nossa liderança. nesse sentido, quero fazer algumas considerações que julgo importante, sobre este assunto:
1. Não existe liderança sem liderados.
2. A forma pela qual compreendemos “o ser Líder” e a mesma forma que compreendemos os nossos liderados.
3. Na Igreja só existe Liderança Cristã autêntica se o modelo adotado for o modelo reconhecido e acreditado como sendo Cristocêntrico.
4. A Liderança Eclesiástica só pode ser desenvolvida a partir do modelo de Cristo, através da sua correspondência e conseqüência com relação à mesma.
Então, quando a Liderança Eclesiástica é desenvolvida a partir do modelo Cristocêntrico, está conseqüentemente preservando a integridade da missão de Cristo. Neste caso, “Integridade” significa que não existe uma dicotomia entre a liderança de Cristo e a liderança eclesiástica. “A igreja pertence a Jesus e ele é o modelo para sua ação e missão. Quando a Igreja não se identifica com Cristo e sua Missão, sua práxis será deformada e desfigurada” (BARROS, 2000, pg 13).
Hoje é muito comum encontrarmos igrejas, porque não dizer Denominações, onde o modelo de Liderança adotado é corporativo, empresarial, onde prevalece a política dos resultados econômicos, dos números, das estruturas estáticas e do status. Nesses lugares o modelo Cristocêntrico ou Cristológico fica em segundo plano. Neste sentido, Segundo Barros(2000), só existe Liderança Apostólica (Liderança Eclesiástica) porque existiram Atos de Cristo (Liderança Cristã). Assim, quando essas inversões ocorrem, corremos os seguintes riscos:
  • Institucionalização: É o risco de fazer a igreja o centro de todas as coisas, o centro das atenções, do poder, da competição, da Glória.
  • Culto ao Personagem: É o risco de fazer o Líder o centro das atenções, do poder, da auto glorificação, da influência.
  • Ministério de Manutenção: É o risco de desenvolver um ministério voltado para a manutenção do status quo do líder, da instituição, ou igreja. São ministérios onde não existe espaço para o profetismo, mas sim para o messianismo.
Quando isso ocorre a igreja deixa de ser igreja, ela é qualquer coisa, menos igreja. Neste ponto estamos preparados para respondermos a seguinte pergunta: Como superar esses desafios? Qual é o perfil e identidade da Liderança Educativa, para um mundo em transformação?

O MODELO DE CRISTO: LIDERANÇA EDUCATIVA.
“Os verdadeiros líderes precisam ter a chamada e o caráter de Jesus Cristo.”
Michael Youssef
O fenômeno social instaurado na pós-modernidade conhecido como niilismo que é a descrença absoluta ou “doutrina segundo a qual não há verdade moral nem hierarquia de valores” (ética). Acabou por transtornar fundamentos basilares, principalmente da cristandade. Nesse contexto de transtornos e relativização as lideranças são cada vez mais impostas e menos conquistadas, o que não deve ser o nosso modelo, pois o nosso sempre deve ser pedagógico.
Certamente encontramos em toda Escritura, Divinamente inspirada, a Didática Divina, porém, a perfeição, encontramos no Ministério de Jesus: em seus discursos, em seus gestos, nas parábolas, nas interrogações, nos diálogos e na prática de sua Doutrina No comportamento de Cristo, como Líder, encontramos o processo de ensino-aprendizagem proporcionado por Deus, através da sua expressa vontade, pelo poder do Espírito Santo, transmitindo Valores e princípios Divinos. Assim, baseado no modelo de Cristo, LIDERANÇA EDUCATIVA É AQUELA QUE...

  1. Assume um comportamento Ético (Jo 18.20; Ef 4.15) – Quando falo em ética, estou falando de Ética com “E” maiúsculo. O que torna o desafio ainda maior. A ética é importante em qualquer processo educativo, sobretudo, na transmissão de valores (Lc 6.40), como assinala Barber (1999).“Para que um homem seja líder ele tem de ter seguidores. E para que tenha seguidores ele tem de ter a confiança deles. Assim sendo, a primeira qualidade do líder tem de ser integridade inquestionável. Sem ela, não é possível o verdadeiro sucesso, não importam se estejam trabalhando em turma de fábrica, campo de futebol, no exército ou num escritório. Se os colegas de um homem descobrem nele falsidade, se percebem que nele falta integridade direta, este homem fracassará. Seus ensinos e seus atos devem ser congruentes. Assim, a maior necessidade é a integridade e o propósito elevado”
  2. Se estabelece e se perpetua a partir de um centrado compromisso com a mais realista visão do que seja o reino de Deus – No mundo globalizado, em constante transformação, fala-se muito em visões, alvos, metas e objetivos das lideranças, entretanto, a partir do modelo de Cristo é essencial que os líderes, sejam pessoas que, prioritariamente, busquem edificar o Reino de Deus e não edificar seus próprios impérios ministeriais e pessoais. A tríade: satisfação do Corpo, Publicidade do Poder e facilidade da conquista proposta pelo diabo na tentação, não seduziu o jovem Líder Jesus Cristo, pois sua visão e seu coração estavam no Reino e não no Império.
  3. É fundamentada no Amor que gera atos relevantes de caráter transistórico – É importante ressaltar que a prática da liderança educativa deve ser realizada em e através do Amor. Todas as qualidades de um líder devem ser expressões do amor. Logo, o padrão da liderança educativa que instrui, educa, edifica, transforma, motiva e inspira é um padrão muito alto, porque é o padrão do Amor. Assim, como diz Haggai (1990).
“A prática do Amor é muito importante no líder também porque a motivação por ameaça ou influência não condiz com a verdadeira liderança. Essa é a forma de atuar do detentor do poder, do ditador. Mas o fator motivador que mais condiz com a verdadeira liderança é o Amor”.
Concluindo, para um mundo em transformação, onde tudo é relativo e passageiro, onde os relacionamentos estão cada vez mais fragilizados: pelas disputas, concorrências, hostilidades e rivalidades, o único antídoto será uma liderança educativa, que cativa nos atos de Amor e se eterniza, em Cristo que é Amor hoje e sempre (1 Co 13.13).
Soli Deo Glória!

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